crédito: Fernanda Maia

O que é?

FALA! Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas

FALA é um festival de jornalismo e cultura que propõe o debate sobre o futuro do jornalismo e seu papel na sociedade brasileira a partir da perspectiva popular, tendo a diversidade como premissa para abordar todos os temas.

OBJETIVOS

  • Debater a conjuntura e os horizontes da comunicação e do jornalismo como ferramentas da plena democracia;
  • Discutir a importância da cultura, identidade e diversidade de linguagens e expressões artísticas no fazer jornalístico;
  • Fomentar a formação de uma rede de mídias e profissionais independentes para o fortalecimento de uma atuação conjunta, capaz de promover um debate amplo sobre os grandes temas atuais do país e do continente;
  • Trabalhar conjuntamente na proteção dos profissionais da imprensa independente.

COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI?

O jornalismo passa por uma de suas fases mais agudas dos últimos 100 anos. O desenvolvimento tecnológico trouxe uma mudança conceitual decisiva, que alterou a clássica relação entre emissor e receptor, característica do modelo anterior de comunicação, unidirecional. Atualmente, todo receptor pode ser também um produtor independente de conteúdo. Produzir e distribuir notícias e conteúdos em geral nunca foi tão barato e tão fácil.

Na contramão do encolhimento da imprensa convencional, foi justamente esse cenário que impulsionou o surgimento e o crescimento de uma imprensa independente, diversa, com grupos e coletivos jornalísticos de todo o país, inclusive, e especialmente, das regiões geográficas que sempre estiveram fora do campo de visão da imprensa convencional.

Diferentemente do que ocorreu no período 1968-1985, quando o objetivo era furar o cerco imposto pela Ditadura Militar à disseminação de informações, atualmente, os projetos jornalísticos independentes estão focados em trazer à tona temas pouco abordados por essa mesma imprensa convencional. No centro da pauta desses veículos e comunicadores independentes, estão as questões que estruturam a sociedade brasileira e estão na raiz da discriminação e das desigualdades.

Altas taxas de homicídios de pessoas negras e LGBTQI+, feminicídios, ataques aos territórios e povos indígenas, gentrificação de áreas urbanas habitadas por comunidades empobrecidas, explosão da população carcerária e violência seletiva praticada pelo Estado são apenas algumas das questões urgentes abordadas por veículos e comunicadores populares. A isso soma-se o ambiente de ataques cada vez mais constantes do poder público a jornalistas e à imprensa em geral.

Vale destacar que o jornalismo de causas não é um jornalismo partidário. É, sim, um jornalismo que resgata o papel da imprensa e dos jornalistas como agentes de promoção de valores da cidadania e defensores de um desenvolvimento pautado pela justiça social.